Melhores Trabalhos por turma
:
Lia Soares -5º A- 3º classificado
Rafael Graça- 6ºA – 1º classificado
Yolanda Jasmin 6ºB
Mara Vidal 7º
A- 2º
classificado
Daniela Duarte -7ºB
Adelmo – 7º C
Banda Desenhada: Luís Reis- 7ºC- 1º Classificado
1º ciclo-
Joana e Felícia da E,B 1 Budens
1º Classificado
Um
Companheiro de verdade
Chamo-me Companheiro e sou um Rafeiro Alentejano. Já passei por uma vida
muito triste, em que me faltou comida, água, abrigo, mas, principalmente,
carinho.
Não sei quantos anos tenho, mas o meu antigo dono, que era pastor, dizia
ser uns três anos de idade. Durante esse tempo acompanhei o rebanho todas as
manhãs, sem folgas e descanso, fizesse chuva ou sol. À noite ficava preso a uma
corrente, à espera que o dia amanhecesse e tudo recomeçasse.
Cuidar das ovelhas e cabras não era a vida que eu sonhava, preferia ficar
descansando à sombra de uma oliveira ou até mesmo deitado no meio da estrada,
mas o meu dono não me deixava e, por isso, era sempre castigado! Foram tantas
as vezes que apanhei com um pau, corda, até mesmo com uma cana que ele sempre
levava na mão, só porque preferia dormir a caminhar horas e horas sem fim…
Houve um dia que o meu dono, já com barbas brancas e pouco cabelo, cansado
de andar com o rebanho por tantas terras, vendeu as ovelhas e abandonou-me à
minha sorte! E que sorte era essa? Andei por tantas estradas, remexi em lixos
em busca de restos de comida, dormi no meio das moitas, escondi-me em baixo dos
carros para fugir da chuva… até o dia em que vi uma família chegar à casa e me
aproximei.
Quando repararam como eu estava, vieram logo ajudar-me. O pai, ao ver a
minha magreza, trouxe-me uma bela refeição. A mãe ficou assustada com os meus
ferimentos e voltou com medicamentos para me tratar. As crianças estiveram
sempre ao meu lado, a dar-me miminhos e a conversarem comigo.
No dia seguinte, pensei que estaria sozinho outra vez, mas não. Lá estavam
eles, dispostos a dar-me um banho de mangueira. Tentei fugir e esconder-me,
pois tenho muito medo de água, mas foi impossível. Ao fim de uma manhã agitada,
finalmente pude descansar, só que, desta vez, limpo e cheiroso, sem estar preso
a uma corrente.
E assim se passaram os dias; a passear, com eles pelos bosques, a receber
elogios por dar a pata, a roer um saboroso osso sem preocupação. Hoje, posso
dizer que sou um cão feliz. Sou bem tratado e amado pela família que me adotou
e que entendeu o sentido do meu nome… Companheiro!
Rafael Graça -6º A